sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Entrevista ao Raio Azul




Como surgiu a ideia de fazer uma claque?

Éramos um grupo de amigos que partilhava um sentimento de respeito pelo Ginásio e de “patriotismo” ou orgulho pela nossa terra, como quiserem. Partilhávamos igualmente uma admiração por claques. Isto tudo aliado ao facto do Ginásio não ter nenhum grupo de apoio, fez com que surgisse a ideia de criar o nosso grupo. Nasceu assim o Raio Azul, a Agosto de 2006, com uma direcção de 6 elementos (actualmente 4).

Quantos elementos a formam?

Actualmente posso dizer-te que somos cerca de 50 elementos. O processo de inscrições e renovações ainda não terminou e, quando concluído, deve ficar-se por este número.

Apostam muito em coreografias?

Bem, se apostamos muito ou não, não te sei dizer, até porque desconheço se existe algum critério que quantifique esse aspecto. A verdade é que já foram feitas 3 megas coreografias e algumas mais simples com frases, tochas, fumos, etc.

Apoio do clube (direcção)?

Simplesmente não pagamos bilhete nos jogos em casa. A nível de deslocações não há apoio. A nível financeiro também não.

Costumam ir a muitos jogos fora?

De facto, isso é uma realidade que se tem vindo a acentuar. Até ao começo desta 4ª época creio que tínhamos ido a 7 jogos fora. Este ano já fomos a 2 e já estamos a planear novas saídas. Calculo que durante esta época atinjamos as 15 transfertas (somando todas as épocas).

O melhor dia da claque que te recordas?

Melhor momento não houve, mas já tivemos 3 ou 4 situações das quais nunca me irei esquecer. A mais recente aconteceu este ano, quando nos deslocámos à Benedita para assistir ao sempre quente derby entre a equipa local e o Ginásio. Aos 90+2 minutos de jogo é assinalado um penalty, para o GCA, mesmo na baliza à frente da bancada onde estávamos. O Rúben concretizou-o e dirigiu-se para nós juntamente com toda a equipa. Ninguém se conseguiu controlar nos festejos, houve invasão de campo e todos abraçados (jogadores e ultras) festejámos o golo. Lindo. Outro dos momentos dos quais me recordo com um sorriso, foi a invasão à Boavista para o jogo Marrazes vs Ginásio, no qual aos 30 minutos de jogo já perdíamos por 2-0. No entanto, não desistimos de apoiar e fomos vencer por 3-2. Acho que ninguém consegue imaginar a adrenalina que todos sentimos aquando o terceiro golo. Deve ter sido um dos golos mais festejados desde que andamos nesta vida. São, sem dúvida, acontecimentos que quando tivermos 30 ou 40 anos vamos dar muito valor, e ainda nos vamos todos rir disto a beber umas cervejas.

Amizades?

Não temos nenhuma amizade em especial, agora alguns elementos do RA mantêm contactos permanentes com pessoal de diversas claques ou grupos, entre os quais, Tifosi (VFC), Batalhão Ultra, Fúria Negra (Sourense), Alma Negra, Ramuf, etc

Rivalidades?

Black Bird (Marrazes) e todo o povo da Benedita.

Claque que vêm como exemplo?

Pessoalmente os NN, por várias razões: cânticos, tochas e postura. Como grupo o SSB, uma das melhores mentalidades de Portugal.

Legalização a favor ou contra?

No nosso caso não se coloca. Porém, caso fosse caso disso, não nos legalizaríamos, pelo menos nos moldes actuais.

O que achas do batalhão ultra?

Apesar de não serem relativamente muitos, têm grande mentalidade, estão sempre presentes. Os meus parabéns.

Que mensagem queres deixar ao Batalhão Ultra?

Simplesmente continuem, divulguem o vosso movimento e nunca desistam. Vão com certeza crescer e tornar-se ainda mais fortes.

Mensagem a todos os ultras?

Nos dias que correm já não há orgulhos: não há orgulho em ser de determinada terra, não há orgulho nem interesse pelo clube local, já não há espírito de união entre os habitantes das cidades. Cada vez mais as aparências reinam e o conteúdo fica para trás. Nós somos o que sobra da sociedade antiga. Nós unimos pessoas em torno de um amor, duma crença. Às vezes somos poucos e os outros não aderem. E daí? Eles é que estão mal. Podemos ser poucos mas somos, sem dúvida, BONS. Nunca desistam, aquilo em que acreditam vale a pena. Sem nós o futebol era como um jogo de futebol sem bola. Apoiem, cantem e lutem! RA06

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